A crise do fico
Trocar ou não de emprego é dúvida que inquieta muitos profissionais. Descubra quando e como tomar essa decisão
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
Mário Augusto entrou no mercado em 1997 e trocou várias vezes de emprego em busca de tecnologias mais avançadas,
Currículo com experiências em diferentes lugares ou um único carimbo na carteira de trabalho. Mário Augusto Malta, 33 anos, optou pela variedade. Já Luiz Omar Tavares, 56 anos, decidiu ser fiel. São 21 anos em uma mesma empresa e a certeza de que a carreira seguiu o rumo certo. “Passei por praticamente todos os setores do laboratório e eu sempre tive respostas para o meu trabalho. Aí, resolvi investir na empresa e construir uma carreira aqui”, conta o farmacêutico e bioquímico.
A justificativa de Luiz também é a resposta de especialistas em carreira quando questionados sobre o tempo ideal de um trabalho. A recomendação é que os profissionais não gastem energia imaginando o momento certo para entrar ou sair de uma organização, mas que apostem na produção e ambição pessoal. “Você pode ficar dois anos em uma empresa e ser o tempo suficiente para mostrar seu trabalho, assim como pode ficar 20 anos em outra e construir uma carreira brilhante lá dentro”, p ondera Carmen Cavalcanti, diretora da Rhaiz Soluções em Recursos Humanos.
Mesmo não tendo um tempo certo de permanência, alguns cuidados devem ser tomados por todos os funcionários. O primeiro é detectar se os objetivos profissionais são compatíveis com o que a organização espera dos empregados. “Se você está crescendo dentro da empresa e gosta de trabalhar nesse lugar, fique nela. O que não pode é acomodar em um único cargo, tem que se mover e se qualificar”, argumenta Rose Mary Barbo sa, gerente de Operações e Mercado da Soma Desenvolvimento Humano.
Dessa forma, não há um tempo máximo de permanência, mas existe um mínimo. São comuns os relatos de recrutadores que não veem com bons olhos candidatos que costumam trocar de emprego com muita frequência. “É impossível construir algum projeto sólido em menos de um ano, e a empresa não quer um profissional que pule de galho em galho”, frisa a gerente Rose Mary Barbosa.
Ciclos produtivos
Na definição moderna, a carreira é pensada como o ciclo produtivo de uma pessoa e a satisfação sentida por ela em estar produzindo. A função exercida e a idade do profissional são variáveis que interferem nessa fase. Quem ocupa cargos gerenciais e tem idade mais avançada demanda um tempo maior até ter a sensação de dever comprido. Mário Augusto é desse tipo inquieto. Desde 1997, quando entrou no mercado de tecnologia da informação (TI), ele mudou várias vezes de emprego: em média, um por ano. Atualmente, é gerente de projetos e garante que tantas mudanças são características do segmento, conhecido pela alta rotatividade de profissionais. “No caso de TI, se você não conhecer as ferramentas mais modernas, está fora do mercado”, justifica.
Por isso, em suas trocas de chefe, Mário Augusto sempre visou o aperfeiçoamento profissional. “Meu salário não aumentou muito nessas mudanças, minha procura é sempre por empresas que estejam com as tecnologias mais modernas e que me forneçam constante atualização dessas ferramentas”, frisa.
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